“Alguns
ateus me disseram que o Sl. 137,9 nos ensina a matar crianças. Isso é verdade?”
Bem, para começar, esses ateístas que lhe disseram isso devem ser tão
bem informados sobre Bíblia quando Dawkins o é de teologia e religião. Falam de
coisas que não são especialistas e torcem para favorecer seu ponto de vista
antirreligioso. Vamos ver o que diz o texto citado:
Feliz será aquele que segurar e deveras
espatifar tuas crianças contra o rochedo
Lido assim, parece mesmo algo
estapafúrdio. Mas por que não se vê cristãos esmagando seus filhos de forma
sádica desse jeito contra colunas e mármores?
Os críticos costumam trazer este
versículo como um ataque sobre a validade da Bíblia. Mas, a Bíblia ensina que é
bom matar crianças? A resposta é: claro que não.
Mas devemos perguntar o que o salmista estava dizendo e por que ele estava
dizendo.
O contexto do Salmo 137 é o cativeiro babilônico. O salmista fala dos captores
atormentando o povo de Deus (vv. 1-3), uma promessa para se lembrar de
Jerusalém (vv. 5-6), e uma maldição contra os captores (vv. 7-9).
O salmista está no exílio e tinha
provavelmente testemunhado as atrocidades cometidas contra seu povo, incluindo
os bebês. No estilo de vingança que era tão comum na
época, ele deseja o mesmo sobre o seu inimigo como uma descrição de sua
completa destruição. Em nenhum lugar se diz que Deus aprova
o pedido do salmista ou que ele cumpriu. Só porque está registrado que o
salmista escreveu a imprecação, não significa que ele foi aprovado por Deus.
Vale a pena notar que os registros do
Velho Testamento contêm muitas atrocidades. O fato é que Deus permitiu que as
pessoas e os seus desejos pecaminosos e agissem dentro de sua cultura, assim
como ele faz agora, como Ele permite que todos os tipos de coisas ruins
aconteçam. No entanto, Deus introduziu o que é chamado de Lei Apodítica (Êxodo
21,24): Olho por olho e dente por dente. A Lei Apodítica foi instituída para
evitar o aumento da vingança de sangue, uma prática em que a vingança sairia
fora de controle entre as duas partes. Uma vez que os corações dos caídos são
maus e o difícil ambiente e cultura produzem dificuldades de sobrevivência,
Deus tem algumas opções para combater sua tendência para o mal. Ele pode passar
por cima do seu livre arbítrio e forçar todos a Lhe obedecerem, ou Ele pode
acabar com todas eles (ele já havia feito isso com o dilúvio de Noé), ou Ele
pode agir dentro da situação corrente. No caso deste salmo, o contexto é o
cativeiro babilônico e Deus escolhe agir por meio das pessoas, em vez de violar
a liberdade que Ele tinha lhes dado, forçando-as a agir de uma forma que Ele
instrui. Por isso, o salmista está expressando sua maldição contra
Babilônia, uma resposta natural ao que seu povo já sofrido.
Deus não está dizendo a Israel para esmagar as cabeças de seus bebês
contra rochas. Israel foi levado cativo com seus filhos pelos babilônios em
vários diferentes invasões.
Deus está pronunciando o juízo sobre a
Babilônia por seu grande pecado em não mostrar misericórdia quando
destruiu Jerusalém e levou o cativos os judeus. Deus está indicando que
Babilônia será tratada da mesma forma como ela tratou Israel (de acordo com a
profecia). O dia está chegando quando um inimigo (se alegrará em seu triunfo
sobre a Babilônia, e vai ser feliz no abate). Foi aos Medos e persas que
conquistaram a Babilônia. Ela foi completamente arrasada e arruinada por esses
impérios, tal como profetizado. E assim como ela se alegrou em
destruir Jerusalém e Israel, Deus diz que seus conquistadores se regozijarão em
destruí-la, incluindo suas crianças inocentes.
Deus não está comandando esse
comportamento bárbaro mas afirmando que esse seria o futuro para a Babilônia.
Este foi um cumprimento de Isaías 13,15-16: “Todo aquele que for achado
será traspassado, e todo aquele que for apanhado na varredura cairá à espada; e
as próprias crianças deles serão despedaçadas diante dos seus olhos. Suas
casas serão rapinadas e suas próprias mulheres serão violentadas.”
Além disso, os críticos precisam
fornecer um nível aceitável, um padrão moral objetivo pelo qual eles podem
criticar a moralidade bíblica. Uma coisa é reclamar. Outra coisa
é oferecer uma justificação para a validade da denúncia. Com que direito e por qual padrão ético objetivo os críticos
oferecem condenação moral contra a moral bíblica? Esta é uma
questão séria que se não for atendida pelos críticos, torna discutível suas
reclamações. Afinal, você deve primeiro ter um padrão contra o qual medir o bem
e o mal e sem esse padrão, nenhuma queixa podem ser legitimamente oferecida.
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